Neste post, separei várias dicas excelentes de design extraídas do livro “Não me Faça Pensar” de Steve Krug.

É um dos melhores livros que já li e fortemente recomendo a leitura.

A seguir, apresento dicas pontuais retiradas de alguns capítulos desse livro.

Omita palavras desnecessárias

A escrita eficaz é concisa. Uma frase não deve conter palavras sem utilidade, assim como o parágrafo não deve ter frases desnecessárias, pela mesma razão que um desenho não precisa de minas desnecessárias e uma máquina não precisa de partes sem utilidade – William Strunk, 1979.

Ou seja, a conversa fiada deve morrer.

Por exemplo, os textos introdutórios de boas-vindas, o quando se ouve uma voz mental dizendo “blá, blá, blá”, ou textos autopromocionais, sem nenhuma informação útil, dizendo como são ótimos, em vez de especificar o que os fazem ótimos.

O usuário não tem tempo nem paciência para isso. Vá direto ao ponto!

Além disso, evite ao máximo usar instruções. Porque simplesmente irá lê-las.

O objetivo é tornar tudo autoexplicativo. Quando as instruções forem necessárias, reduza-as para o menor número possível. Aliás, quando alguém precisar que ensine-a a usar algum produto que você projetou, talvez essa seja uma oportunidade para rever o seu design. Será que ele está bom?

Sinalização, navegação e Migalhas de pão

Sim, João e Maria eram feras em usabilidade.

Brincadeiras (sem graça) à parte, as pessoas não irão usar seu site se não encontrarem um caminho para chegar ao destino ou solução que elas almejam.

Seu site, aplicativo ou software deve ter um bom sistema de navegação.

Por exemplo, imagine que você esteja em um hipermercado que não tem qualquer tipo de placa de sinalização. Seria fácil você encontrar seu iogurte grego? Acho que não.

Então, veja estes processos comuns na navegação na web:

  1. Você está tentando achar algo. Um produto que quer comprar ou alguma informação desejada;
  2. Você decide se vai perguntar ou procurar primeiro. Na web, perguntar significa ir ao campo de busca. Jakob Nielsen cham de dominantes da busca os usuários que vão direto nesse campo e, dominantes de links, aqueles que só usam a busca após terem tentado todos os links disponíveis;
  3. Se decidir procurar, prosseguirá em uma hierarquia, usando sinais como guias. Primeiro, busca as seções principais do site e clica na que parece correta. Depois, procura nas subseções e então encontra o que procura;
  4. Às vezes, se não encontrar o que está procurando, você acaba indo embora, quando se convence de que o site não tem o que você procura ou se ficar frustrado ao usá-lo.

Em relação à navegação, é extremamente importante seguir as convenções na web, as quais especificam a aparência e localização dos elementos de navegação, para que se saiba o que e onde procurar.

O que você acharia de um e-commerce que tem um menu vertical localizado no canto direito inferior? Acho que não seria tão legal.

Colocar a navegação no lugar padrão permite localizá-las rapidamente, com mínimo de esforço e padronizar sua aparência torna fácil sua distinção no todo.

Testes de navegabilidade são importantes

A maioria dos testes são feitos tardes demais, limitados demais e pelas razões incorretas.

Em testes de navegabilidade, mostra-se ao usuário uma coisa de cada vez e pede-se que ele descubra o que a coisa é ou tente usá-la em uma tarefa relacionada ao produto.

Algumas verdades sobre os testes:

  1. Se você quiser um ótimo site, terá que testá-lo;
  2. Testar um usuário é 100% melhor do que não testar nenhum;
  3. Testar com um usuário no início do projeto é melhor que testar com 50 no final;
  4. O objetivo dos testes não é comprar ou não algo, é dar informações para seu julgamento, podendo assim ser capaz de criar designs eficazes com base nos usuários reais;

Se você não tem um orçamento grande para os testes, não precisa gastar tanto. Chame amigos, familiares e pessoas que tenham a ver com seu projeto e teste com eles.

Como dito anteriormente, testar um usuário é 100% melhor do que não testar nenhum.

Conclusão

Realmente, o livro “Não me Faça Pensar” é um dos livros mais práticos de usabilidade.

Aliás, esta não é a primeira vez que pego algumas dicas desse livro. Veja este outro artigo que escrevi com dicas de design valiosas de Steve Krug.

Eu fortemente recomendo a leitura do livro na íntegra. Se possível, leia mais de uma vez!

Há dicas muito boas, simples e fáceis de aplicar em qualquer trabalho que envolva design, seja um site, aplicativo, software ou qualquer outro produto tecnológico.

Autógrafo de Steve Krug

Sei que parece coisa de tiete, mas em dezembro de 2010, ano em que li o livro pela primeira vez, enviei uma mensagem para Steve Krug, o qual carinhosamente me deu um autógrafo.

Autógrafo de Steve Krug para Rian Dutra