Você sabe, cada dia que passa os usuários estão deixando de usar o computador de mesa para acessar sites e aplicativos através de smartphones.
Espera-se que o número de usuários de smartphones no mundo passe dos cinco bilhões até 2019! Isso faz dos dispositivos móveis um meio extremamente valioso para os desenvolvedores de aplicativos.
Ao mesmo tempo, vários mitos ainda envolvem o desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis, o que impede que as equipes de dispositivos móveis criem uma excelente experiência do usuário.
Então, neste artigo, veremos 4 mitos que podem afetar a experiência do usuário do aplicativo.
1. Usuários móveis estão sempre com pressa
Ao pensar em usuários móveis, muitas vezes temos uma imagem estereotipada de uma pessoa que está sempre com pressa.
Sim, há momentos em que isso pode ser verdade. Por exemplo, quando vamos ao trabalho e usamos nossos smartphones enquanto esperamos pelo metrô. No entanto, eu diria que é incorreto supor que a maioria das interações com aplicativos para dispositivos móveis acontece dessa forma.
Vai me dizer que você não acessa internet e aplicativos pelo smartphone, enquanto está deitado no sofá?
Em 2012, o Google realizou um estudo e descobriu que 60% do uso de telefones celulares ocorre em casa. O horário de pico de uso de dispositivos móveis é das 18:00 às 22:00, segundo um estudo feito pela comScore.
Então, em vez de pensar em usuários de dispositivos móveis como pessoas super apressadas, deveríamos pensar em pessoas que usam aplicativos móveis principalmente em casa, certo? Não! Não é bem assim, também.
Devemos analisar o comportamento do nosso público-alvo para entender como os nossos usuários preferem interagir com nossos aplicativos e, assim, projetar produtos para satisfazer as necessidades dessas pessoas.
Cada grupo de usuário é diferente. E é por isso que devemos fazer profundas pesquisas com usuários.
2. Os usuários não rolam as páginas (scroll)
Embora este mito seja menos popular hoje em dia, muitas equipes de produto acreditam que devem colocar o conteúdo mais importante “acima da dobra”. Inclusive, alguns bons livros, porém antigos, falam sobre essa questão.
Porém, na realidade, a dobra não existe mais. Pelo menos, não da maneira como tínhamos na década passada.
As pessoas rolam as páginas e fazem isso naturalmente. E, quando se trata de dispositivos móveis, os usuários móveis são os scrollers totais. A rolagem é a segunda interação mais popular após o toque na tela (taping).
As pessoas começam a rolar quase imediatamente ao chegar em uma página de um site ou aplicativo.
3. Os usuários estão sempre conectados à internet
Nos EUA e na Europa, os usuários estão acostumados a ter uma excelente conexão de internet. Mas você, como bom brasileiro, deve bem saber que isso não é verdade em todo o mundo.
Nossos aplicativos têm de ser capazes de realizar conectividade lenta ou intermitente. Se você planeja projetar para o nosso mercado, certifique-se de que seu produto funcione quando não estiver conectado à internet. Por exemplo, permita o armazenamento de dados em cache.
É importante otimizar o produto para carregamento rápido, minimizando o tamanho da página, das imagens e de todo o conteúdo.
Você não vai querer perder usuário porque seu aplicativo ou site demorou mais de 5 segundos para carregar.
4. Quanto mais funcionalidade o aplicativo tiver, melhor
Pensar que quanto mais recursos melhor o aplicativo será para o usuário é um equívoco muito perigoso!
Colocar muitos recursos em seu produto não apenas aumenta o tempo de colocação no mercado, mas também afeta a experiência do usuário. Simplesmente porque é difícil fornecer muita complexidade sem comprometer a experiência do usuário.
Quando um aplicativo tenta ser um canivete suíço (fazer um pouco de tudo e para todos), ele geralmente acaba sendo excessivamente complicado e completamente inutilizável.
Veja os exemplos de grandes produtos, como WhatsApp e Instagram. Inicialmente, eram aplicativos extremamente simples. Um enviava mensagem e o outro permitia mostrar fotos para amigos. Hoje, são uns dos aplicativos mais usados.
Em termos de UX Design, temos até um termo especial para esse caos: feature creep.
É possível evitar o feature creep ao fazer pesquisas com usuários. A pesquisa com usuários ajuda você a escolher entre as necessidades e os desejos dos usuários, e ajuda a priorizar melhor as escolhas dos recursos.
Conclusão
Quando se trata de dispositivos móveis, é essencial pensar na experiência do usuário e no design para seus usuários. Não deixe mitos confundirem você!