A pesquisa com usuário – muitas vezes referida pelo termo em inglês user research – é basicamente fazer perguntas (e obter respostas) sobre como o mundo funciona.

Fazer pesquisas admitir é que você não tem todas as respostas. E isso é extremamente importante para nós, designers. Se um designer entra em um projeto pensando que sabe tudo sobre o negócio e seus usuários, já está em um mal caminho. O verdadeiro custo da pesquisa é o risco de perder o controle.

A pesquisa é necessária

O seu cliente (ou chefe) precisa saber por que a pesquisa é essencial para o projeto. E, para você convencê-lo, você também precisa saber de sua necessidade.

Embora aprender coisas novas seja ótimo, o grande papel da pesquisa não é necessariamente aprender coisas novas.

Sim, no meio acadêmico, a pesquisa é bem-sucedida quando revela novos conhecimentos. Porém, aqui, não estamos falando de pesquisas acadêmicas.

Se você se concentrar na pesquisa como um meio para aprender coisas novas, não terá armas contra quem disser coisas como “ah, mas já sabemos o suficiente para fazer esse projeto!”. Sim, talvez eles saibam. Talvez eles até tenham um imenso relatório intitulado com todas as coisas que precisamos saber. Mas, isso ainda não é suficiente.

O motivo pelo qual os projetos, que não dão importância para a pesquisa, falham não é por falta de conhecimento. É por falta de conhecimento compartilhado.

Criar algo geralmente requer várias pessoas diferentes, com diferentes origens e prioridades diferentes para colaborar em um objetivo. Se você não passar por um processo inicial de pesquisa com sua equipe, ou se simplesmente começar a projetar sem verificar suas suposições, você pode pensar que suas próprias suposições e ideias estão muito mais alinhadas do que as das outras pessoas.

Um projeto de design é simplesmente uma série de decisões.

Quando você trabalha com pessoas competentes, o fator limitante da rapidez com que você pode concluir um projeto é a velocidade da tomada de decisões.

A pesquisa é necessária para um projeto de design bem-sucedido, pois oferece uma base compartilhada para a tomada de decisões, fundamentada em evidências, e não achismos de quem pensa que sabe algo. E isso economiza tempo e dinheiro. Muito. Mesmo.

A pesquisa não é opcional para um processo de design porque o trabalho colaborativo e a tomada de boas decisões não são opcionais. Então, para começar, aceite isso e concorde em se manter como designer.

Pesquisa ruim não serve

Certa vez, li um artigo em um blog de uma pessoa que faz pesquisa de mercado. No artigo, ela lamentava sobre o fato de que muitas vezes ela é trazida para projetos de pesquisa depois que as metas e os métodos já foram estabelecidos.

Muitas vezes, ela tem a oportunidade de realizar um estudo real. Às vezes, seu trabalho é executar um focus group (ou grupos focais). E, com muita frequência, o verdadeiro objetivo do focus grupo é gerar alguns videoclipes para a reunião anual para mostrar que a liderança está ouvindo seus clientes.

Nem sempre o focus groups pode ser algo bom para o projeto. Como dito neste artigo, “se o focus group é feito com o objetivo de entender o comportamento do seu público, sinto muito mas ele não vai te entregar isso. Em um focus group existem diversas variáveis que influenciam no comportamento e na percepção do indivíduo, desde o fato de ele estar em local fora de seu contexto, até o protagonismo dos participantes. Se o objetivo do focus group é fomentar insights para a inovação, ele também não pode ser a melhor alternativa.”.

Pesquisas ruins ou falsas geram dinheiro para as pessoas, e isso faz com que as pessoas responsáveis se sintam bem, mas é inútil e potencialmente perigoso para um projeto de design.

Como convencer seu cliente a investir em Pesquisa

Clientes e outros tomadores de decisão podem ser pessoas com poderes especiais, mas ainda são apenas pessoas. E são pessoas cujo comportamento você está tentando mudar, principalmente se você deseja convencer de que a pesquisa é importante para o projeto e não pode ser negligenciada.

Portanto, na linguagem do design da experiência do usuário, eles são simplesmente usuários e você está projetando uma experiência de projeto de design para eles.

Você começa estudando-as como pessoas. Aprenda sobre seus hábitos e atitudes e motivações e valores. Esta pesquisa deve fazer parte do processo de vendas de qualquer designer.

Em seguida, supere suas objeções enquadrando seu processo de design de acordo com suas prioridades, de uma maneira que valide seu ego e sem provocar suas ansiedades.

Não se preocupe em fazer com que eles entendam a pesquisa nos seus termos. Descreva-as na linguagem de suas prioridades e com base em seus objetivos.

Em geral, os clientes (e chefes) querem simplesmente que o projeto alcance o sucesso desejado.

Você poderia começar dizendo algo como: a pesquisa realmente pode fazer com que economizemos bastante tempo e dinheiro, permitindo-nos colaborar de forma eficaz e tomar decisões muito mais rapidamente, e de forma inteligente e certeira. Trabalhando juntos para validar as principais premissas, aumentaremos as chances de alcançar o sucesso no projeto.